1. No seu conjunto, as últimas semanas têm trazido uma chuva de dores sobre a Colina. Em diversos formatos, nuvens escuras pairaram sobre essa preciosa porção da Tijuca - e a tromba d'água desabou sobre nós. Essa metáfora meteorológica serve bem para com ela referir-me à chuva de e-mails - a rigor, de spans - que vamos recebendo. A bem da verdade, não recebi nenhum deles. Os seus respingos me vieram por re-encaminhamentos de professores feridos. São, esses spans, uma amostra triste da tristíssima condição de todos nós...
2. Há muita ira neles, muita discórdia, muito rancor, muita raiva, muito ódio, muito passado... Há muito despeito, muita vingança, muita revanche, muito passado. Há muita pedra, muita bala, muita faca, muito passado. Há um pouco de tudo ali - maldade, sarcasmo, descontrole, covardia, perfídia, injúria, ofensa, fel... São pequenos pacotes de peçonha, mas, diferentes das zarabatanas dos silvícolas, que cospem veneno dirigido à caça necessária e escolhida, são petardos desorientados, lançados sobre tudo e todos, como balas de ácido jogadas sobre nós. Não servem para outra coisa que não produzir dor. E produzem.
3. Entre nós há quem sofra terrivelmente com isso. Refleti sobre esse sofrimento, e peguei-me pensando em quanto nossos spans diários, nossos inúmeros pacotes de maldades cotidianas, meus, seus, nossos, lançados contra os céus, não devem ofender a Deus. Bem, se de fato há, lá em cima, um Deus tal qual nós o fizemos concebido, um Deus bom, um Pai, oh, céus, como ele deve sofrer com nossos spans, nossos e-mail cotidianos. Assim como sofremos com as estocadas comesinhas da ira, quanto não sofrerá esse Deus assim concebido, lendo, minuto a minuto, o livro das nossas almas, livro quantas vezes escrito na injustiça de irmão contra irmão, de irmã contra irmã... Filhos em retalhos...
4. Amanhã, meus amigos, não vamos mais nos sentir feridos por essas setas curticantes - amanhã, minhas amigas, vamos cuidar não soprar fogo nas feridas de Deus.
2. Há muita ira neles, muita discórdia, muito rancor, muita raiva, muito ódio, muito passado... Há muito despeito, muita vingança, muita revanche, muito passado. Há muita pedra, muita bala, muita faca, muito passado. Há um pouco de tudo ali - maldade, sarcasmo, descontrole, covardia, perfídia, injúria, ofensa, fel... São pequenos pacotes de peçonha, mas, diferentes das zarabatanas dos silvícolas, que cospem veneno dirigido à caça necessária e escolhida, são petardos desorientados, lançados sobre tudo e todos, como balas de ácido jogadas sobre nós. Não servem para outra coisa que não produzir dor. E produzem.
3. Entre nós há quem sofra terrivelmente com isso. Refleti sobre esse sofrimento, e peguei-me pensando em quanto nossos spans diários, nossos inúmeros pacotes de maldades cotidianas, meus, seus, nossos, lançados contra os céus, não devem ofender a Deus. Bem, se de fato há, lá em cima, um Deus tal qual nós o fizemos concebido, um Deus bom, um Pai, oh, céus, como ele deve sofrer com nossos spans, nossos e-mail cotidianos. Assim como sofremos com as estocadas comesinhas da ira, quanto não sofrerá esse Deus assim concebido, lendo, minuto a minuto, o livro das nossas almas, livro quantas vezes escrito na injustiça de irmão contra irmão, de irmã contra irmã... Filhos em retalhos...
4. Amanhã, meus amigos, não vamos mais nos sentir feridos por essas setas curticantes - amanhã, minhas amigas, vamos cuidar não soprar fogo nas feridas de Deus.
Sl 51
Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam. Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam. Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me. Quoniam iniquitatem meam ego cognosco: et peccatum meum contra me est semper. Tibi soli peccavi, et malum coram te feci: ut iustificeris in sermonibus tuis, et vincas cum iudicaris. Ecce enim in inquitatibus conceptus sum: et in peccatis concepit me mater mea. Ecce enim veritatem dilexisti: incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi. Asperges me, hyssopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor. Auditui meo dabis gaudium et laetitiam: et exsultabunt ossa humiliata. Averte faciem tuam a peccatis meis: et omnes iniquitates meas dele. Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis. Ne proiicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me. Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me. Docebo iniquos vias tuas: et impii ad te convertentur. Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae: et exsultabit lingua mea iustitiam tuam. Domine, labia mea aperies: et os meum annuntiabit laudem tuam. Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique: holocaustis non delectaberis. Sacrificium Deo spiritus contribulatus: cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies. Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion: ut aedificentur muri Ierusalem. Tunc acceptabis sacrificium iustitiae, oblationes, et holocausta: tunc imponent super altare tuum vitulos.
Sl 38
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenaão Geral Acadêmica
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