segunda-feira, 19 de abril de 2010

(2010/102) Relatório de uma segunda decisiva


1. Caros professores, caras professoras, estudantes, funcionários, povo da Colina. O senhor Diretor e a Coordenação Geral Acadêmica passaram toda a tarde reunidos, até agora há pouco. Fechamos a relação de professores/as que permanecem e professores/as que serão desligados. Não foi uma tarde fácil. Mas quero crer que ela torna possível a nossa tentativa de sobrevivência. Sem ela, é fechar os olhos e dormir eternamente - eufemismo para morte-bem-morrida. Com ela, é suportar uma dor momentânea, um corte radical e dolorido, mas com chances de sobrevivência a curto prazo, recuperação, a médio, e superação, a longo.

2. Dados todos os cenários, chegamos a uma situação de nomes que, para manter fulano, tem que tirar beltrano. Dificílima composição, dado o número muito grande de docentes. Penso que chegamos a uma composição maximamente ideal - se considerado o quadro de exigência que se nos impõe. Diria assim: de 80 a 90% do resultado agradará. Dos que ficarem, talvez uns 10% não fossem exatamente o que se esperaria. Dos que sairão, os mesmos 10% podem gerar alguma contrariedade mais profunda. Todavia, não é possível trabalhar com o quadro ideal, conquanto procuramos atender: a) interesses diretos da Instituição, b) interesses diretos dos professores e c) interesses diretos dos alunos, nem sempre nessa ordem. Num ou noutro caso, a própria situação em si, que demanda a manutenção de professores mais adaptáveis a um universo impreciso, com formação mais aproveitável, com necessidade de "rebaixar o próprio grau de exigência", tudo isso também pesou em algumas escolhas.

3. Esperamos que essa semana ainda tenhamos a decisão da Diretoria Executiva da CBB quanto ao momento de fazer as demissões. De qualquer modo, assim que a CBB se pronunciar quanto à data delas, a depender da Diretoria da Colina e da Coordenação, cada professor será imediatamente comunicado da decisão final, sejam as demissões decididas para já ou para julho.

4. Esperamos, sinceramente, que tenhamos sido sábios. Esperamos sinceramente que tenhamos sido justos. Esperamos que não tenhamos nem pesado a mão, onde era necessária delicadeza, nem fraquejado, onde era necessário força. Esperamos que tenhamos tomado a melhor decisão, pesados todos os interesses em jogo.

5. Quero agradecer pessoalmente à Direção pela confiança, e, ao mesmo tempo, pela nobreza de dividir o ônus da decisão comigo. Senti-me respeitado e considerado. A medida adequada entre delegação e co-responsabilidade foi por mim sentida, e registro, faço questão, meu agradecimento.

6. Se em relação a alguém, nossas decisões hoje homologadas, provocar tristeza, contrariedade, sentimento de injustiça, antecipadamente pedimos perdão. Se erramos, não foi intencionalmente, nem terá sido outra a razão que não a tentativa, nem sempre fácil, nunca garantida, de fazer o maior bem possível ao maior grupo possível e o menor mal possível ao menor grupo possível.

7. Que Deus confirme a seu tempo e modo a obra de nossas mãos, ou a desconstrua, e reconstrua, se não tivermos sido honestos no processo.

8. A todos, meu reconhecimento pela mansidão com que todo esse penoso processo se dá. Muito obrigado. Aos alunos, quero de modo transparente pedir seu apoio. É de sua compreensão nesse monento de reconstrução que dependemos muito - abaixo apenas do arbítrio da Diretoria da CBB e da mão de Deus.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica

Um comentário:

  1. O que acontecerá com o STBSB, nenhum de nós tem poder pra dizer, mas produz muita esperança e paz ao coração perceber a seriedade e transparência com que os encaminhamentos estão sendo feitos e aumenta em nós o sentimento de torcer ainda mais pela vitória nesta árdua batalha.
    Conte com a nossa simpatia e orações neste momento que, por experiência posso dizer, é extremamente doloroso.
    Que a misericórdia e graça de Deus sejam percebidas por todos os envolvidos no processo, especialmente os que ficarão desempregados
    Abs,
    Edvar

    ResponderExcluir