domingo, 8 de agosto de 2010

(2010/216) "Prestação de contas"


1. Interrompo meu "Dia dos Pais" para uma espécie de prestão de contas. Chegou agosto e, com ele, a hora de alguma "satisfação pública", na perspectiva e no que diz respeito às responsabilidades da Coordenação...

2. Os gastos eram maiores - muito, muito maiores - do que os recebimentos. Era imperioso cortar. Todavia, a folha de professores era eminentemente horista. Nessa modalidade de pagamento, cada crédito oferecido aos alunos é contado e pago. Em 2010/1, a Folha de Pagamento de Professopres contemplava 195 créditos de Teologia, 139 de Pedagogia e 253 de Música, consideradas as aulas indivudiais de piano e canto. Por conta do atraso de salários e do déficit brutal, não se pagou mês a mês a orientação de monografias (os professores demitidos receberam os valores de orientação nas rescisões; aos que permaneceram contratados, devem-se os respectivos valores).

3. Pois bem - como cortar custo na folha, se os créditos oferecidos são curriculares?

4. Tomaram-se duas atitudes. A primeira, transformar a folha de horista para dedicação, alterando o regime contratual dos professores para 40 e 20 horas. Não há economia aí. Nem de um centavo. Pelas regras sindicais, um professor contratado por 40 horas deve receber pelo menos 20 e não pode dar mais do que 20 horas-aula. Moral da história, mínimo pagamento e máxima carga horária equivalem às mesmas 20 horas em regime horista. Nenhm corte. Todavia, a vantagem pedagógica é enorme - a rigor, Faculdade sem regime de dedicação não é Facldade. Impossível um trabalho só com a praticamente totalidade dos professores pagos apenas para dar aulas.

5. Todavia, os professores aceitaram um acordo de flexibilização do limite de horas em classe. Para 40, em vez de 20, 30, e para um contrato de 20, em lugar de 15, 20. Assim, o que passar dos 20 (para contrato de 40) e dos 15 (para contrato de 20) corresponde à economia. Não é muita coisa, é verdade. O ganho maior é a qualidade pedagógica, incomparávelmente suprior no regime de dedicação.

6. Segunda atitude: fechar o turno da manhã (economia de 3/4 da Folha da manhã) e aglutinação das turmas de Pedagogia (economia de cerca de 50% da Folha de Pedagogia). Em Música não era recomendável mexer, porque o curso está em fase de Autorizado para Reconhecido.

7. O resultado bruto foi o seguinte. Teologia, caiu de 195 para 115 créditos. Pedagogia, caiu de 139 para 60 créditos. Música permaneceu com os 253 créditos. Se considerados os créditos em si, a meta foi alcançada.

8. No entanto... Uma vez que a folha de março não contemplava o pagamnto das orientações em curso, ela estava "defasada". Usada como base para a meta, gerou um efeito paralaxe. A Coordenação e a Direção do Seminário tiveram de tomar uma decisão difícil, muito, muito dfícil, que detalho a seguir.

9. Para que a meta econômico-financeira fosse batida, era necessário deixar de lado as monografias, não pagar as orientações ou mesmo suspender as orientações. Todas. Todavia, a alteração de contrato de trabalho dos professores fora calculada incluindo justamente as monografias, porque elas se acomodariam justamente, com economia, nas horas "a mais" que os professores acordaram aplicar em "classe". Além disso, por anos, a Faculdade comete um erro pedagógico - as orientações iniciam-se apenas no último semestre de orientação, com prejuízos graves para a pesquisa e a qualidade. Assim, calculou-se, à razão de duas orientações por crédito, o total de orientações (82 créditos) e incluiu-se na Folha.

10. O efeito é duplo: de um lado, pedagógico, excelente. Cada aluno passará a ser orientado desde o Projeto. De outro, econômico, um "aumento" de gastos em relação a 2010/1 (base de cálculo da meta), porque as monografias não estavam sendo pagas naquele semestre (a rigor, seria necessário incluir as monografias na folha de março e depois calcular o corte em razão da meta, para, então, verificar se o resultado alcançado agora é suficiente).

11. Conversamos por duas vezes com o Corpo Docente. O fato de as monografias não constarem da meta, mas de terem de ser consideradas, porque curriculares, causava uma perda de controle da meta. Duas alternativas foram propostas: a) suspensão de parte de componentes do salário dos professores, numa moratória de um ano, finda a qual retornava-se o pagamento da parcela suspens e devolvia-se, em parcelas, a parte até então suspensa, acumulada; ou b) suspendia-se o conjunto das orientações e reformulava-se toda a negociação com o Corpo Dcente (quem era de 40, cairia para 20, e quem era de 20, voltaria a ser horista). Com a primeira alternativa, a meta ainda não seria possível. Com a segunda, quase. Os professores decidiram que a Diretoria poderia fazer como entendesse melhor, e que o Corpo Docente estaria do seu lado - foi uma reunião emocionante, comovente...

12. Todavia... Qualquer uma dessas alternativas geraria um "passivo" trabalhista, acordado, é verdade, que, em tese, seria recomposto no prazo de um ano. No entanto, o Senhor Diretor considerou arriscado que, amanhã, os substitutos dos cargos de liderança da Colina interpretassem que isso que agora se fazia com nobreza e sacrifício fosse interpretado como... maquiagem. Assim, decidiu-se ficar com o que até aqui se construiu com lisura, coragem e esforço hercúleo.

13. Abrem-se diante de nós duas tarefas: a) primeiro, aumentar urgentemente o número de alunos matriculados. A FABAT está tentando alcançar seu equilíbrio financeiro num ponto muito abaixo do ponto crítico, quando pensado o número de alunos. A FABAT inteira não tem a quantidade de alunos que poderia ter apenas em Teologia... Sem o compromisso de as Igrejas da CBB encaminharem estudantes, o que possibilitaria a reversão da tendência de queda de matrículas num prazo muito pequeno, o esforço deverá ser gigantesco e o resultado, mais lento; b) segundo, buscar novas fontes de receita, entre elas, aquelas possíveis por conta do Reconhecimento do Curso de Teologia. O melor dos mundos seria a conjunção de "a" e "b". As Igrejas não precisa(ria)m mandar dinheiro. Bastaria encaminharem alunos. E, quanto ao MEC, bem, disso cuidamos nós.

14. A partir de amanhã, inicia-se a fase de "prestação de contas" da Direção do Seminário à Diretoria e ao Conselho da CBB. Deus ilumine a todos. O trabalho não acabou.

15. A FABAT abre o semestre atual em situação incomparavelmente melhor do que fechou o anterior. A Folha está absolutamnte enxuta - de quase 60 para menos de 30 professores. Os contratos de trabalho foram alterados, e o regime de dedicação é majoritário, com professores 40 e 20 horas. Somente em julho, o corpo docente se reniu 4 vezes - o que não fazia há sete anos. A Orientação Pedagógica está efetivamente funcionando, com implicações diretas já sobre os programas de curso. Todos os alunos matriculados em disciplinas de Monografia terão orientação desde a fase do Projeto. Professores da FABAT estão preparando cursos on-line. As comissões permanentes da Faculdade efetivamente funcionarão. A CPA passará a existir - de verdade! De um semestre para o outro, estamos nos transformando numa Faculdade pra valer.

16. Todavia, precisamos de mais tempo. Seis meses, talvez, talvez um ano, para que nossas pernas fiquem firmes, de fato. Com o que fizemos em julho, conseguimos impressionar a comissão de avaliação do MEC, que elogiou o corpo docente, os alunos, e, sobretudo, o "amor à teologia" que se respira no campus. É verdade. Ama-se a Teologia, aqui. Aqui, vive-se disso.

17. A semana ditará os rumos que teremos por cumprir. Minha oração é que as decisões sejam sábias e sensatas. De um jeito ou de outro, a FABAT venceu um primeiro round de uma luta que terminará apenas quando o último homem e a última mulher desistirem. Quanto a nós, somos brasileiros, somos da Colina, não desistimos... nunca!


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica

2 comentários:

  1. =D
    Tríplices congratulações neste Dia dos Pais!
    Abraços!

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  2. Parabéns pelas lutas e vitórias!

    Que Deus continue a fortalecê-los e iluminá-los.

    Fraterno abraço,

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