sábado, 27 de março de 2010

(2010/029) Malalai Joya - pra quem acha que a nossa "batalha" é pesada


1. Abaixemos as cabeças, humildes, humílimos. Silenciemos nossa boca, calados e mudos. Se nossa vaidade nos faz considerar que nossa guerra, nossa batalha, nossa vida, é difícil, ah, quão agarrados aos nossoS próprios umbigos nós nos tornamos! Malalai Joya - eis aí, sim, uma batalha difícil. Malalai Joya - a "mulher morta ambulante"... Nossa vida, meus amigos, minha amigas, é muito ruim, se olhamos para cima, mas é muito, muito boa, se olhamos para baixo. E, meus amigos, nós, professores da FABAT, alunos da FABAT, funcionários da FABAT - não estamos exatamente no meio da escala. Estamos, arrisquemos, bem acima, incomparavelmente bem acima da maioria esmagadora dos miseráveis e desgraçados do planeta, que se contam não às centenas, nem aos milhares, mas, sem margem de erro, aos milhões e, se o mundo é tão mau quanto cuidamos, e é, mesmo aos bilhões. Malalai Joya - uma gota de sua coragem haveria de nos ajudar a atravessar nosso Rubicão, ou, se preferem uma metáfora com cores mais nitidamente biblicas, nosso Mar de Suf e nosso Jordão. Aliás, lembro-me daquela passagem, ali, de Moisés gritando por socorro, e escutando aquela resposta absolutamente estapafúrdia - "por que oras, Moisés? Diga ao povo que marche"... Deus tem horas que é doido, não? "Marche!"... Só na cabeça de Deus mesmo... E não é que acabamos de ouvir esse marche outra vez? Deus parou de tomar seus remédos... Mas não serei eu a prescrever-lhe receita. Eu vou é dar conta de marchar...



Malalai Joya

A guerreira da paz de Cabul



OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica

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