1. Quando de minha reunião com o Senhor Diretor do Seminário do Sul e o Senhor Diretor Executivo da CBB, há algumas boas semanas atrás, ocasião em que tive a honra de ter meu nome homologado para a Coordenação Geral Acadêmica da Colina, homologação agora ratificada pela Diretoria da CBB e pelo Conselho da CBB, assumi um compromisso - envidar todos os esforços necessários para o resgate da perspectiva pastoral do curso de Telogia.
2. Não teria sido necessária a rubrica. Quando Davidson me convidou, depois de ter refletido pelo prazo que lhe solicitei, disse-lhe que a coisa mais improtante que tínhamos a nos desafiar era fazer da Área pastoral do curso de Teologia a sua menina dos olhos. Quando o Senhor Diretor Executivo da CBB me pediu que o fizesse, houve, então, uma coincidência de intenções, da CB, da Direção do Seminário, e da novel Coordenação Geral Acadêmica.
3. Só fiz registrar-se uma ressalva: não trabalharia nem um segundo para envolver-me na reprodução do modelo pastoral que se vai tornando comum: animadores de auditório em liturgias alucinadas e alienantes, absolutamente descasadas, em todos os sentidos, de uma necessária compreensão do fenômeno religioso e do fenômeno humano - quando não cientes disso, e, por isso, manipulando-os. Mas há outras coisas para o que não trabalharei: permitir que vocacionados ao ministério pastoral acreditem que são especiais e melhores do que seus liderados, suas ovelhas. Não, não são. Em nada. Minha alma profundamente protestante, inegociavelmente protestante, leva às raias do absurdo o princípio - também batista - do sacerdócio universal... do crente. Por isso, espiritualidades afetadas, desempenhos cênicos, retóricas empoladas, nada disso faz parte de meu esforço na formação pastoral. Nossos vocacionados serão ajudados a aprenderem... a servir. E a viver do serviço... E a gostar de servir...
4. Eis em que envidarei esforços: na formação de pastores e de pastoras que se autocompreendam como "curas d'alma" - o que deve ser entendido como gente vocacionada para cuidar de gente, gente vocacionada, porque gosta de cuidar de gente, gente vocacionada que ama gente. Nada - insisto - absolutamente nada - pode ser mais vivo na consciência vocacional desse e dessa estudantes do que a sua determinação em cuidar de pessoas. Pastoral é cuidado de gente - ou não é pastoral. Se o púlpito não cuida de gente, não é pastoral, é outra coisa. Se o gabinete não cuida de gente, não é pastoral, é outra coisa. O "Pr"na frente de um nome não significa absolutamente nada - se ele não cuida de gente.
5. E nisso me parece estar um segredo da boa pastoral - ainda que o vocacionado seja espiritualíssimo, não é o "Espírito" quem cuida do rebanho - é ele, o vocacionado. Que seja "por meio dele", mas é ele, o vocacionado. O cuidado das pessoas não é tarefa delegável - é tarefa pastoral. Queremos ajudar vocacionados ao cuidado de gente a se aprimorarem, a aperfeiçoarem sua vocação - de cuidar de gente.
6. Nossa maior fragilidade na Colina é essa: conseguir estruturar a Área Teórico-Prática, a área ministerial, de tal forma que ela consiga unir o melhor da formação acadêmica, com o máximo da clareza do papel do vocacionado ao ministério pastoral - o cuidado, a caridade, o trato, o amor. Ora, uma vocação dessas cabe, perfeitamente, no MEC. Não é o MEC, absolutamente, o responsavel pelo inadjetivável estado da comunidade evangélica brasileira, porque a sua decomposição, porque a sua morte, porque o seu lastimável estado vem produzindo-se muito subrepiticiamente nos interstícios dos discursos alucinados de uma pastoral de massa. O pecado, meus irmãos, não é acadêmico - o pecado é sistêmico, é estrutural, o pecado tem a cor da hipnose moderna de uma pastoral desencontrada de seus valores milenares. Mas tem cura. Chama-se, sobretudo, bom senso.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica
2. Não teria sido necessária a rubrica. Quando Davidson me convidou, depois de ter refletido pelo prazo que lhe solicitei, disse-lhe que a coisa mais improtante que tínhamos a nos desafiar era fazer da Área pastoral do curso de Teologia a sua menina dos olhos. Quando o Senhor Diretor Executivo da CBB me pediu que o fizesse, houve, então, uma coincidência de intenções, da CB, da Direção do Seminário, e da novel Coordenação Geral Acadêmica.
3. Só fiz registrar-se uma ressalva: não trabalharia nem um segundo para envolver-me na reprodução do modelo pastoral que se vai tornando comum: animadores de auditório em liturgias alucinadas e alienantes, absolutamente descasadas, em todos os sentidos, de uma necessária compreensão do fenômeno religioso e do fenômeno humano - quando não cientes disso, e, por isso, manipulando-os. Mas há outras coisas para o que não trabalharei: permitir que vocacionados ao ministério pastoral acreditem que são especiais e melhores do que seus liderados, suas ovelhas. Não, não são. Em nada. Minha alma profundamente protestante, inegociavelmente protestante, leva às raias do absurdo o princípio - também batista - do sacerdócio universal... do crente. Por isso, espiritualidades afetadas, desempenhos cênicos, retóricas empoladas, nada disso faz parte de meu esforço na formação pastoral. Nossos vocacionados serão ajudados a aprenderem... a servir. E a viver do serviço... E a gostar de servir...
4. Eis em que envidarei esforços: na formação de pastores e de pastoras que se autocompreendam como "curas d'alma" - o que deve ser entendido como gente vocacionada para cuidar de gente, gente vocacionada, porque gosta de cuidar de gente, gente vocacionada que ama gente. Nada - insisto - absolutamente nada - pode ser mais vivo na consciência vocacional desse e dessa estudantes do que a sua determinação em cuidar de pessoas. Pastoral é cuidado de gente - ou não é pastoral. Se o púlpito não cuida de gente, não é pastoral, é outra coisa. Se o gabinete não cuida de gente, não é pastoral, é outra coisa. O "Pr"na frente de um nome não significa absolutamente nada - se ele não cuida de gente.
5. E nisso me parece estar um segredo da boa pastoral - ainda que o vocacionado seja espiritualíssimo, não é o "Espírito" quem cuida do rebanho - é ele, o vocacionado. Que seja "por meio dele", mas é ele, o vocacionado. O cuidado das pessoas não é tarefa delegável - é tarefa pastoral. Queremos ajudar vocacionados ao cuidado de gente a se aprimorarem, a aperfeiçoarem sua vocação - de cuidar de gente.
6. Nossa maior fragilidade na Colina é essa: conseguir estruturar a Área Teórico-Prática, a área ministerial, de tal forma que ela consiga unir o melhor da formação acadêmica, com o máximo da clareza do papel do vocacionado ao ministério pastoral - o cuidado, a caridade, o trato, o amor. Ora, uma vocação dessas cabe, perfeitamente, no MEC. Não é o MEC, absolutamente, o responsavel pelo inadjetivável estado da comunidade evangélica brasileira, porque a sua decomposição, porque a sua morte, porque o seu lastimável estado vem produzindo-se muito subrepiticiamente nos interstícios dos discursos alucinados de uma pastoral de massa. O pecado, meus irmãos, não é acadêmico - o pecado é sistêmico, é estrutural, o pecado tem a cor da hipnose moderna de uma pastoral desencontrada de seus valores milenares. Mas tem cura. Chama-se, sobretudo, bom senso.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica
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