quinta-feira, 1 de abril de 2010

(2010/047) Dos ruídos descartáveis


1. Esclarecimentos necessários:

a) o processo de transparência de gestão, para ser considerado processo de transparência de gestão, precisa ser isso mesmo, processo de transparência de gestão. Sim, há informações que não são passíveis de serem tornadas transparentes: digamos que sejam informações análogas àquelas chamadas "de segurança nacional". As demais, todas, se o processo é transparente, são democratizadas. Confessá-lo é também ser tranparente.

b) transparência, em contexto docente e discente, implica em ruídos de diversos formatos: a) Paulo, que não entende o que se diz ; b) Maria acha que entende, esperneia, mas não entende nada; c) João entende, e faz as contas; d) Marta entende, faz as contas, e "trabalha" nos bastidores. Fazer o quê? Mais maduros do que as pessoas com quem dividimos, de modo transparente, as nossas gestões, devemos ser nós, gestores. Não posso exigir de professores e alunos mais maturidade do que a que eu, Osvaldo, tenho - eu tenho de ser, fatalmente, o mais maduro no processo. Deles, pode-se esperar atos apócrifos. De nós, gestores, não. É o risco da transparência. Alternativa: fechar-se no invólucro secretíssimo e controladíssimo da gestão. Bem, não me parece que os rumos pretéritos e contemporâneos da Denominação respondam exatamente a um exagero de transparência da gstão - pelo contrário.

c) submetidos a processo que eles mesmos não "pilotam", há de se esperar que professores) tente(m) suas próprias estratégias. Por exemplo, "denunciar" que os gestores institucionais, em lugar de assumirem suas próprias responsabilidades, "terceirizaram" a decisão aos alunos. Se isso acontecer, basta que se reaja a essa estratégia, afirmando, como foi dito nas três reuniões, que não se terceirizou nem se terceirizará absolutamente nada. Abaixo da Diretoria da CBB e da Diretoria da FABAT, que têm poder para determinar à Coordenação, do modo como o desejarem, quem fica, quem sai, somente a Coordenação o decidiriá - nao serão nem professores nem alunos. Isso é de uma obviedade tão grande, que somente o estresse e o descontrole, ou o desespetro estratégico, levaria alguém a cogitar algo diferente.

d) não há a mínima possibilidade de alunos interferirem sobredeterminantemente no processo. A convite da Coordenação, para quem os alunos são o "estamento" mais importante da FABAT, o corpo discente pôde "colaborar". Apenas isso: colaborar com a elaboração de critérios objetivos, que não são trilhos, são critérios. Mas, sempre isso esteve claríssimo, e foi dito: é a Cordenação quem assumirá o ônus das decisões - se a ela elas couberem. Sim, turmas, e não alunos individualmente, estão fornecendo listas de professores à Coordenaão, mas tão somente para que, em sendo utilizado o critério votado "empatia", sirvam para materizalizar objetivamente tal empatia. Na falta de tais listas, as avaliações de 2009 serão utlizadas.

e) A Coordenação entende que dar ouvidos a listas apócrifas ou não, a e-mail apócrifos ou não, produz desnecessários e indesejáveis ruídos no processo. Listas e e-mails apócrifos ou não são pontos fora da curva, valores descartáveis na estatística da coerência da gestão. Informo que a Cordenação Geral Acadêmica não lê e-mails apócrifos, deleta-os, não assina listas de qualquer natureza, e, quando as recebe de terceiros, deleta-as. A Coordenação não se deixará influenciar por pressão de aluno nem de professor, muito menos de "pitacos" de fora da FABAT e da Diretoria da FABAT e da Diretoria da CBB, a quem unicamente deve satisfações. A Coodenação agirá com absoluta tranqüilidade, com absoluta transparência, com respeito, e, acima de tudo, com profunda esperança de que todas as ações - todas e quaisquer que sejam - culminarão na superpotencialização da Colina, que não tem 102 anos à toa, e que, a depender de meus esforços, viverá ao menos mais tantos a Coordenaão puder sustentar. Mais importante do que os estudantes, apenas a Colina - e, no entanto, a Colina e os estudantes são uma única coisa: sem eles, é mausoléu de memórias...

2. Perguntam-me por que estou motivado - e estou! Eu devolvo a pergunta: por que vocês não estão? É muito curioso, muito revelador, que um professor "crítico", que não entra na conta de "modelo de espiritualidade", já que o modelo não se enquadra em seu perfil e recato religioso, tenha que ser justamente ele o sustentáculo da esperança de uma comunidade inteira de teólogos, pedagogos e músicos... Não era para estar sendo diferente? Não era para eu estar em desespero, e todos, cantando corinhos? Todavia, chega a hora e que somos confrontados com a vida real, com a espiritualidade real, com a vida crua como a vida é, e, nesses momentos, há que se pedir a Deus estofo e forro. Quando Jerusalém foi destruída, os sacerdotes desesperaram-se, mas Eclesiastes comia seu pão, bebia seu vinho e amava a mulher de sua juventude - porque tudo é vaidade... É isso que peço a Deus nesse momento - que tenhamos mesmo o estofo que dizemos ter, que tenhamos mesmo o forro que dizemos ter. Cantou-se isso milhares de vezes na Capela - é chegada a hora de vivê-lo - e não será de todo facil. Melhor é tê-los na prática, do que nos lábios. Viva Tiago!, o homem para as horas de agora: haveremos de mostrar a fé é nas obras. De sermões e hinos o planeta já se encheu.

3. Eu acredito! Não faço nem força para acreditar. Acreditar está aqui, na minha veia, porque acreditar é a força que empurra o sangue desde a volta do coração, plaquetas e hemácias a dançarem de êxtase inebriante no corpo da gente. Acreditar. Um acreditar que sabe que, a despeito de sua força, pode morrer ali na frente, mas para quem a antecipação do risco da morte não assusta, não paralisa, não faz parar... Eu acredito. Não vem de mim. É dom. Oxalá recebam todos o mesmo presente. Ah, e claro, se ter acreditado, no final, não der em nada, ao menos terei aprendido o auto-controle, ao menos terei aprendido a paz do coração, ao menos terei tentado experimentar andar sobre as águas. Pedro afundava, e afundaria mesmo... Mas não chegou exatamente a afundar. Quem sabe as águas sejam aquelas mesmas, e, a despeito de sua bocarra de engoliar a Colina, aquele que dormita no canto do barco não decida por abrir um olho só, que seja, e domar as águas famintas? Mas, ai, ai, já me pego fazendo homilias... Os dias são mesmo reveladores...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Cordenação Geral Acadêmico

3 comentários:

  1. O que eu penso você já sabe.
    E o que precisa ser feito deve ser feito com todas as lisuras e respeito que vc mesmo colocou desde o início.
    Triste? Não desiludidos e nem derrotados. Só abalados com prazos, pressões (não sua e nem do diretor) e até assustados. Mas um dia depois do outro vai sendo iluminado pela compreensão que Deus e sua Palavra nos ensina.
    Paz para todos nós.
    bj

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  2. Acredito e agradeço a Deus pelo compromisso da coordenação e direção do Seminário, confiando que dias melhores, muito melhores virão. Se estamos na noite de choro, certamente, amanhecerá! Sonho bastante, sonho mesmo, assim que sobrevivi até aqui e já tenho, pelo menos, parte do sonho realizado.

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  3. Acredito e agradeço a Deus pelo compromisso da coordenação e direção do Seminário, confiando que dias melhores, muito melhores virão. Se estamos na noite de choro, certamente, amanhecerá! Sonho bastante, sonho mesmo, assim que sobrevivi até aqui e já tenho, pelo menos, parte do sonho realizado.

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