sexta-feira, 9 de abril de 2010

(2010/078) Relatório da semana - entrevistas com os professores


1. Bem, apesar dos dois dias de paralisação do Seminário, por causa das chuvas, consegui entrevistar quase que a totalidade dos professores e das professoras dos três cursos. Tendo por base a Folha de Pagamento, faltou consultar apenas duas professoras de Pedagogia e três de Música. Mere e Luciana tentarão fechar a lista para mim, agora à tarde e, se conseguirem, terei "dado conta do recado". Não, não foi, nem de longe, um recado fácil. Os sentimentos são ambíguos, porque, ao mesmo tempo que você sabe que é a coisa certa a ser feita, você está lidando com a ansiedade de pessoas em carne e osso. Recuso-me a reduzir o processo a uma escolha numa lista. Nossa justiça tem de ser maior do que a dos "fariseus" - alguém parece ter dito isso há alguns séculos... Contudo, o que tem de ser feito tem de ser feito. E será.

2. O resultado, agora, é o mapeamento completo das possibilidades de migração do corpo docente para o regime de dedicação. Será uma conta dificílima de fazer fechar. Não há jeitinho. Não há como pensar em "atividades" extra-classes. O que conta, de fato, nessa conta, são as horas-aulas em classe. É nisso a que se reduz a aritmética dolorosa dessa conta. E eis, em síntese, o que deverá ser feito.

3. Será dada absoluta prioridade a professores que podem migrar para regime de 40 horas. O regime de 20 horas não antende a necessidade de reduação drástica - entre 40 e 50% - da Folha de Pagamento. Assim, a primeira opção é realocar as disciplinas para os professores que permanecerão, agora sob regime de 40 horas. Na seqüência, serão alocados as excepcionalidades - professores que, por várias razões, só podem ser contratados por 20 horas. Não serão a maioria. Finalmente, exceção das exceções, professores que deverão permanecer com contrato de regime horista - contados nos dedos da mão.

4. Quando essa decisão tiver sido mapeada e tomada, a redução da Folha será significativa. A Coordenação já dispõe da relação consolidada dos créditos oferecidos - obrigatórios e eletivos - dos três cursos, em todas as modalidades e turnos. A próxima etapa é dupla: decidir quais professores permanecerão e, um a um, ir "loteando" os créditos, até que todos eles tenham sido assumidos pelo menor número possível de professores. Estou muito ansioso para chegar ao final do processo, fazer os cálculos definitivos e enxergar o resultado. Se tudo estiver corretamente calculado, quando terminarmos, teremos, pela primeira vez em anos, talvez muitos, muitos anos, atingido finalmente o equilíbrio financeiro, e passaremos a viver com nossas própias pernas, sem empréstimos bancários, sem socorros à Denominação. Será uma vitória enorme, ainda que não seja essa vitória a saída ideal e definitiva. Longe disso. Como passos incontornáveis, restará recuperar o número de alunos - precisamos de mais 200 alunos para uma situação confortável - e retornar ao nível de alocação de créditos docentes em sala de aula. Mesmo com a "vitória", permanecerá um gosto amargo de peso sobre nossos ombros, o que não nos permitirá descansar, talvez, por um período entre um e dois anos.

5. Quero agradecer seriamente à postura de meus colegas. Foram - todas, sem exceção - entrevistas amigáveis, ainda que a sombra da demissão pairasse sobre nossas cabeças o tempo todo. Agradeço, meus colegas, por sua nobreza. Também gostaria de deixar registrado que não me engano. Não assumi a tarefa de fazer o que deve ser feito na ilusão de que, desse modo, me perpetuo na função. Assim como não movi um grama de pó para assumir a Coordenação, não moverei meio grama para manter-me no cargo - salvo dedicar-me com seriedade e responsabilidade. O que quer que eu faça, faço-o, contudo, como cumprimento de dever, seguindo um bom e velho conselho bíblico, de tudo fazer conforme toda a nossa força... E o faço. Se, amanhã eu vier a ser dispensado, não será isso razão para amaldiçoar minha dedicação nesse momento. Cada centavo que meu trabalho faz por merecer põe termo a esse mesmo trabalho e merecimento. Ninguém me deve nada, nem eu, a ninguém, exceto o amor mútuo - mas esse, bem, se a vida ainda é a mesma que há dois mil anos, esse, das duas uma, ou é de graça, ou não tem preço.


OSVALDO LUIZ RBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica

PS. Luciana conseguiu contato com as três professoras de Música. Beleza! Ficam faltando apenas duas professoras de Pedagogia.

3 comentários:

  1. Sem demagogia, penso não haver pessoa melhor do que você para estar onde você está hoje. Deus continue a lhe visitar, dando-lhe sabedoria em suas decisões.

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  2. Tá é tentando limpar sua barra, depois daquela avacalhação com o debate teológico... Te pego é na curva, rapaz, hahahah...

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  3. concordo sobre os que foi falado, principalmente sobre o amor mútuo. ou é de graça ou não tem preço. perspectiva correta sobre a coisa toda.

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