quarta-feira, 28 de abril de 2010

(2010/119) Do fechamento do turno da manhã - Teologia


1. Tão "agoniado" estava o pobre, coitado, que ele precisava falar comigo. Pela cara dele, vi que precisava mesmo. Conversamos, pois. Queria saber "que história é essa de fechar o turno da manhã de Teologia"...

2. Pois bem: tudo o que ele falou estava certo. Um pouco auto-referenciado, é verdade - por exemplo, "por que fechar o turno da manhã e não o da noite?") -, mas, a despeito disso, tudo muito verdadeiro. No entanto, tudo o que eu disse, em resposta, também é igualmente verdadeiro. Logo, não se trata do confronto de duas verdades, mas da questão: o que é que poderia, alternativamente, ser feito? Até onde eu vejo, dadas as condições estabelecidas, nada. Alternativamente, nada.

3. Você ganha 500,00. Gasta 1.000,00. O que você faz? Ou corta os pulsos ou corta os gastos. Cortar os pulsos, para o Seminário, é fechar. Eu é que não vou trabalhar para o fechamento da Casa! Trabalharei para corte de custos. Também essa é a posição do Diretor.

4. A operação de guerra para mudança de regime não foi suficiente. Some-se a isso o dissídio coletivo da categoria, que aumenta as despesas justo agora! Queridos: segunda-feira, quando Davidson e eu descobrirmos que nem arranháramos o valor-meta, em vez de sentarmos no meio-fio e lamuriarmos a má sorte, imediatamente, com o coração na mão, com a faca nos dentes, começamos a caçar outro modo de somar centavo a centavo aos recursos economizáveis.

5. Poder fechar o turno da manhã - com o perdão da franqueza - é uma dádiva. Em termos de gestão, qualquer gestor gostaria de ter uma "saída" assim, por pior que ela pareça - entendem? Isso significa que tem onde a gente interferir para a salvação do todo. Sim, quem não migrar vai sofrer abalos. Não é nada de vida e morte, contudo. Não, não é o "ideal" - nem de longe. Mas é algo que pode ser levado a termo com o mínimo (mas não sem nenhum) transtorno. Podemos adminsitrar os casos mais graves, caso a caso, como, por exemplo, Monografia. Haverá, provavavelmente, casos mais delicados. Mas isso se resolve. Tudo, absolutamente tudo na vida, tem solução - exceto a morte.

6. Meu pedido é, pois, pela migração. O ideal seria que todos migrassem da manhã para a noite: isso significaria, com pouca margem de dúvida, o que eventualmente falta para o equilíbrio, somadas as demais ações já previstas. Contudo, os alunos que permanecerem pela manhã, procuraremos dar a eles o melhor tratamento. É o mínimo que podemos fazer.

7. Se alguma solução alternativa, viável, não utópica, for pensada - por favor, avisem-nos. Talvez seja nossa pouca visão que esteja nos levando a ações "radicais". Ou, talvez não: talvez seja que a doença é mais grave do que alguns pensam que é. Acostumados que estamos, por anos a fio, a estalar os dedos, e o dinheiro aparecer, é mesmo chocante a nova situação. Se era para ser assim não sou eu que vou discutir, e muito menos agora. O fato é que é assim que é. Então, é nesse cenário que trabalhamos. Venham as dificuldades que vierem, nós as contornaremos. Mas é certo que não vamos abraçar o porco-espinho sem ferimentos. Professores pagarão um preço. Alunos pagarão um preço. Funcionários pagarão um preço. Só aumentou o percentual de contribuição de Teologia - que, a despeito de, até aqui, ter segurado grande parte dos prejuízos, ainda vai arcar com mais essa conta.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenador Geral Acadêmico

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