sábado, 8 de maio de 2010

(2010/129) Sobre disciplina e conseqüências


1. Não é uma coisa fácil a convivência em internatos. Muito menos, ainda, a sua administração. Pessoas que vêm de diferentes costumes, de diferentes sistemas de educação familiar, com diferentes manias, de diferentes igrejas, acostumadas a diferentes tratamentos - um pouco de "tenência" e se ajustariam com facilidade às novas circunstâncias - o "quartel" que o diga! Todavia, nem todo mundo acerta o passo em conformidade com o batalhão... Acham que são "livres". Não, não são. Estão sob regime comunitário, e assim permanecerão enquanto fizerem uso do internato.

2. A Coordenação não se envolveu diretamente com as rotinas de elaboração do Regulamento do internato, bem como com as rotinas de fiscalização, registro de ocorrências e providências. Delas, tem cuidado o senhor Diretor, Norma e um grupo professores, de alunos e de voluntários. É óbvio que a Coordenação apóia o trabalho realizado até aqui, e continuará apoiando.

3. Dito isso, informo que, em face das "advertências" expedidas, chegaram "reclamações" à Coordenação. Ouvi as reclamações e refleti sobre elas sob um único e exclusivo enfoque - a rotina operacional de flagrante de infração, registro do flagrante e aplicação das penalidades previstas no Regulamento estão materialmente seguras, de modo a nos precaver de eventuais desdobramentos? Nenhuma, absolutamente nenhuma outra preocupação me passou nem passa pela cabeça. Para mim, aluno ou aluna que não respeitar as regras do Regulamento deve ser, sim, enquadrada/o nos termos do próprio regulamento e, no momento oportuno, privado da renovação de alojamento no internato - também sempre nos termos do Regulamento.

4. Ouvi algumas coisas durante as reclamações: a) todo mundo faz coisa errada e só a gente vai ser advertida/o. Não é verdade. "Todo mundo faz coisa errada" é pura retórica, sem espelho na realidade; b) bem, se mais alguém faz coisa errada, e quem está reclamando viu e não tomou providências regulamentares, é conivente, de modo que deve ficar é bem quietinho - quem testenmunha o erro e se cala, não tem mais direito de cobrar coisa alguma; c) é dever de cada aluno e aluna registrar qualquer coisa que flagre de errado, e, doa a quem doer, seja quem for, haverá conseqüências - é nisso que creio; d) a "impunidade rola solta", referindo-se a moradores que já deveriam ter saído do internato, e ainda não saíram - bem, já estão na justiça os processos, e a qualquer momento o oficial de justiça, com a ajuda da polícia, se necessáro, resolverá a questão: mas esse extremo só denuncia o absurdo da formação familiar, cívica e/ou religiosa de pessoas que, erradas, se agarram no endurecimento de suas conciências. Logo, além do fato de eu me certificar de que os registros de denúncia foram adequadamente feitos - denunciante e testemunha devidamente registrados - nenhuma lenga-lenga sentimentalóide ou retórica ensaboada me comove. Não se trata de defender infratores. Trata-se de precaver a Instituição de problemas legais. Mais nada.

5. A Coodenação tão-somente procurou a Diretoria para advertir sob o risco da insuficiente materialidade das rotinas de registro das denúncias. Não existe denúncia sem denunciante, nem infração sem testemunha. Há que haver direito de defesa. Sem esses elementos, corremos o risco de agir como Igreja, no calor das reações espiritualizadas, travestidas de atos de justiça. Não pode. Tem que haver um rigor processual, para garantir a eficciência dos processos. O Diretor Geral encaminhou-me e-mail hoje, sábado, informando que, tendo checado, revelaram-se materialmente bem formuladas as denúncias, com registro nominal do denunciante e testemunha. Perfeito. Minha única preocupação está sanada - cumpra-se o Regulamento.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenaão Geral Acadêmica

PS. para que se evitem boatos - os boatos são como entidades que tomam o "cavalo" e o fazem espalhar devaneios -, os casos de descumprimento do Regulamento que me chegaram aos ouvidos são os mais frugais possíveis, ainda que representem infração ao código de conduta em vigor. Nada de "escalafabético" foi denunciado. Aliás, são, sem exceção, flagrantes que, se aplicados aos membros de igrejas, a lista de denúncia sria maior do que o rolo de Isaías encontrado e Qumran... Não são anjos, esses meninos, essas meninas, mas, cá entre nós, estão longe de serem diabos também...

5 comentários:

  1. "Não são anjos, esses meninos, essas meninas, mas, cá entre nós, estão longe de serem diabos também"...

    Muito boa essa sua ponderação aos internatos hem! mais ficou uma incógnita, o que somos? brincadeira! sei que não vem ao caso!

    É natural que se levante questionamentos acerca de normas, mas, tão necessário também que se haja o respeito para uma harmonia conjugada numa reciprocidade dessa "grande familia"! Deveres e Direitos= felicidade geral!

    Ps. Tudo que é novo, causa estranheza no inicio, o novo se faz necessário/ vamos caminhar para o bem de todos, e felicidade do nosso reduto "sagrado"!

    Ordem e Progresso o Seminário, é um sucesso!

    Jason Costa

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  2. Jason, seja original!

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  3. Prof. Osvaldo

    Realmente não somos anjos, também não somos "filhas do diabo", mas parece que estamos possuídas pela "entidade da interrogação".

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  4. Bem, bem, bem... Ser anjo não significa muita coisa: segundo a teologia cristã, anjos caíram lá atrás... Triste é ser diabo, para quem a teologia não dá chance de perdão... Basta que alunos sejam alunos. São "gente", e só "isso" já dá muito pano pra manga :o)

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  5. Interrogações são o que mais vem à minha cabeça frente a tudo o que está acontecendo no campus.

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