1. Há tanta coisa envolvida! Há tanta vida aqui em cima! Sim, a Colina é uma escola. Antes de qualquer outra coisa, uma escola. Mas a Colina é, ainda, mais do que uma escola. Porque a Colina é o entroncamento de muitos projetos de vida.
2. Quando eu vim para o Seminário, no campus avançado de Nova Iguaçu, não tinha a mínima idéia do que era "seminário", muito menos do que era "teologia". Não sabia coisa nenhuma. Movia-me apenas um desejo de "ir". E fui. Entrei uma pessoa, saí outra. Entrei com planos xis, saí com planos ypsilons. Entrei para ir para a África, fiquei na própria casa - e lá se não 24 anos! Desde 1987, ininterruptamente, estou na Casa, em Nova Iguaçu. Na Colina, desde 2001.
3. Cada um tem sua história. Todos têm suas histórias na e com a Colina. Na primeira turma do novo currículo, um aluno disse que o Espírito Santo o trouxera para a Colina. Contou sua história. Era, de fato, curiosa. Fazia sentido que ele lesse assim tão misticamente sua presença. Três ou quatro semanas depois, não tinha uma aula em que ele não me interrompesse, para "corrigir", ortodoxamente, as coisas - e lá se iam duas ou três citações de versículos bíblicos. Eu percebia o esforço dele para agarrar-se a suas próprias convicções, e sua dificuldade em situar-se num espaço de discussão de idéias. Mas as coisas ficaram muito tensas. Num dia, após uma de suas interrupções apologéticas e defensivas, fiz-lhe uma pergunta. Quem foi mesmo que lhe trouxe para cá? Ele disse, cheio de consciência: o Espírito Santo. E eu lhe perguntei: você já se perguntou se o Espírito Santo o trouxe para cá justamente para me ouvir? E nunca mais ele "reagiu". Nunca chegou a concordar comigo, mas sua alma abriu-se para ouvir posições diferentes. Ele amadureceu numa manhã.
4. Cada estudante, cada professor, cada professora, tem suas experiências nessa Casa. Boas e ruins. De lembrar e de esquecer. De ontem, ainda, e de muito tempo atrás. Intelectuais e espirituais. Críticas e devocionais. Porque a Colina é uma escola, sim, mas é mais do que uma escola. É quase um mundo. É, para muitos, uma vida.
5. São 102 anos, dos quais vivi 1/4. Meu desejo é que esses 102 se dobrem. Não importa se eu estarei aqui, se Mere estará, se Lu - quando e se chegar nossos momentos, vamos embora, quiçá agradecidos, oxalá agradecidos. O que importa é que a Casa permanece/ça de pé, aberta, proporcionando experiências de maturidade, de crescimento, de edificação para homens e mulheres que, por dádiva, vêm para cá. Trabalharei incansavelmente para isso. Nem que também por isso sejam encurtados meus dias aqui. E o farei por duas razões: a) porque, primeiro, é meu trabalho, e b) segundo, é minha experiência. Bem protestante.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Quando eu vim para o Seminário, no campus avançado de Nova Iguaçu, não tinha a mínima idéia do que era "seminário", muito menos do que era "teologia". Não sabia coisa nenhuma. Movia-me apenas um desejo de "ir". E fui. Entrei uma pessoa, saí outra. Entrei com planos xis, saí com planos ypsilons. Entrei para ir para a África, fiquei na própria casa - e lá se não 24 anos! Desde 1987, ininterruptamente, estou na Casa, em Nova Iguaçu. Na Colina, desde 2001.
3. Cada um tem sua história. Todos têm suas histórias na e com a Colina. Na primeira turma do novo currículo, um aluno disse que o Espírito Santo o trouxera para a Colina. Contou sua história. Era, de fato, curiosa. Fazia sentido que ele lesse assim tão misticamente sua presença. Três ou quatro semanas depois, não tinha uma aula em que ele não me interrompesse, para "corrigir", ortodoxamente, as coisas - e lá se iam duas ou três citações de versículos bíblicos. Eu percebia o esforço dele para agarrar-se a suas próprias convicções, e sua dificuldade em situar-se num espaço de discussão de idéias. Mas as coisas ficaram muito tensas. Num dia, após uma de suas interrupções apologéticas e defensivas, fiz-lhe uma pergunta. Quem foi mesmo que lhe trouxe para cá? Ele disse, cheio de consciência: o Espírito Santo. E eu lhe perguntei: você já se perguntou se o Espírito Santo o trouxe para cá justamente para me ouvir? E nunca mais ele "reagiu". Nunca chegou a concordar comigo, mas sua alma abriu-se para ouvir posições diferentes. Ele amadureceu numa manhã.
4. Cada estudante, cada professor, cada professora, tem suas experiências nessa Casa. Boas e ruins. De lembrar e de esquecer. De ontem, ainda, e de muito tempo atrás. Intelectuais e espirituais. Críticas e devocionais. Porque a Colina é uma escola, sim, mas é mais do que uma escola. É quase um mundo. É, para muitos, uma vida.
5. São 102 anos, dos quais vivi 1/4. Meu desejo é que esses 102 se dobrem. Não importa se eu estarei aqui, se Mere estará, se Lu - quando e se chegar nossos momentos, vamos embora, quiçá agradecidos, oxalá agradecidos. O que importa é que a Casa permanece/ça de pé, aberta, proporcionando experiências de maturidade, de crescimento, de edificação para homens e mulheres que, por dádiva, vêm para cá. Trabalharei incansavelmente para isso. Nem que também por isso sejam encurtados meus dias aqui. E o farei por duas razões: a) porque, primeiro, é meu trabalho, e b) segundo, é minha experiência. Bem protestante.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
como sempre, seus "causos" de sala de aula além de engraçados nso fazem refletir um pouco. Agradeço a Adonai ter-me possibilitado ficar 4 anos ininterruptos (em todos tive alguam matéria com vc) ouvindo as suas ditas heresias. Mias belo ainda é ver vc enajado nessa luta por essa instituição, parabens pelo trabalho.
ResponderExcluirSabe Osvaldo, hoje e ontem pensei assim.
ResponderExcluirVoltando e vendo meus alunos, recebendo os abraços saudosos deles e como esperavam boas novas minhas, renasci.
Não posso esmorecer pois ontem e hoje , os olhinhos deles me pediam palavras fortes e de ânimo. Sim, escola se faz com professores, com educadores que usam lentes de grande alcance e que possam olhar além. Escolas se fazem com alunos. Alunos inquietos e professores conscientes. Escola é vida.
Não importa se esta é uma escola de lídres religiosos. Ela é uma ESCOLA e aluno será sempre aluno.
bj
Já ouvia falar sobre o "boom" que é a entrada no Seminário do Sul mas, não imaginava a intensidade com que esse barulho afetaria minha vida, em todos os aspectos. Está sendo um processo bem dolorido e olha que nem comecei... Mas a cada dia lembro da Palavra que me trouxe até a Colina e do objetivo que espero alcançar. Processo dolorido mas prezeroso, meio louco, como a vida cristã! rs.
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