sexta-feira, 26 de março de 2010

(2010/022) Uma sexta-feira para ficar na História


1. Olá, povo da Colina!

2. O colega De Bonis mandou-me e-mail, desiludido de não ter encontrado nada a ler, aqui, hoje. Mas o "hoje" ainda não acabou! O hoje foi o dia mais longo dos últimos anos... Um dia incomum. Um dia para ficar na História. Um dia como há dez anos eu não tinha...

3. O Senhor Diretor reuniu seu staff direto em sua sala, às 10 horas. Repassou-nos os acontecimentos e as decisões das reuniões da Diretoria e do Conselho da CBB, particularmente a mais importante delas, a de ontem, quinta-feira. Uma série de decisões de altíssima importância foram lá tomadas, e Davidson no-las comunicou, alguma coisa entre emocionado e preocupado. Preocupado, naturalmente, que a tarefa que se nos incumbiu é muito difícil. Emocionado, porque, finalmente, poderemos dar um passo. Finalmente, poderemos mostrar a que viemos. Até aqui, estávamos de pés e mãos atados. Enquanto interino e desde sua posse até hoje, ele, Diretor Geral, e desde minha nomeação, eu, Coordenador Geral Acadêmico, faz um mês (mas homologado agora), víamos muito claramente o horizonte de eventos que se nos deparava, sem, contudo, termos nenhuma, absolutamente nenhuma condição de agir. Agora, toda a condição de agirmos está dada. Não, não é, aos nossos olhos, o melhor dos mundos, mas, no final das contas, com toda transparência da alma, com toda sinceridade, com toda honestidade - é, a rigor, a coisa certa a ser feita, no conjunto das condições impostas e descortinadas.

4. Os corredores já devem estar comentando as reuniões de segunda - bem como as de ontem e anteontem. Todavia, quero insistir na necessidade imperiosa de que você, aluno, aluna, professor, professora, funcionário, funcionária, esteja presente nas reuniões de segunda. Será uma reunião - três - em que se misturarão canções de louvor - constranjo-me em dizê-lo, mas estou feliz - e orações de temor, e, em alguns casos, de dor. Não, não é fácil, não, arrumar a casa. E, nas condições a nós impostas, das quais não estou reclamando, não, apenas constatando, não haverá como passar a próxima semana sem que haja dor em nosso meio. Talvez, dores como a do parto. Enquanto se rasga a fêmea, a dor é insuportável. Mas, depois de parida a cria, o sorriso vem - conhecemos a história. Talvez eu pudesse ter dito o mesmo por meios bíblicos - a dor pode durar uma noite inteira, mas a alegria vem pela manhã... Nossa noite começou há algum tempo. Vislumbro, em mais meia hora, o luscofusco da aurora. Como o cheiro da chuva, sinto o cheiro da manhã...

5. Como vocês serão informados, está em nossas mãos demonstrar que a Colina é viável. Ah, não, não é com boa intenção, apenas, que se consegue isso, principalmente nessa fase. Conquanto, em termos comparativos, ainda sejamos um dos Seminários com maior número de matriculados na Gradução, estamos longe de um equilíbrio desejado. Há muita coisa a fazer. E coisas duras. Profissionais. Absolutamente profissionais. Mas duras.

6. Pela manhã, traçamos algumas linhas, mas insuficientes. Eram um rumo, mas não o suficiente. Mais tarde, parece que conseguimos chegar a um ponto em que, se estivermos corretos nas avaliações, alcançamos rigorosamente e, talvez, com folga, a meta ambiciosíssima, arrojadíssima, digna do Guinness... É como se fosse uma meta inalcançável. É como se fosse uma meta-caixão. Mas li, algures que, se faz 15 graus, o cobertor que se nos é dado é felpudo o suficiente para nos esquentar. Se a meta é inalcançável, pensamos na superação. Se a meta é caixão, pensamos na ressurreição. Assim, mais ou menos como no Sl 22, de uma aparente situação de abandono, eis que nos ergueremos, não!, digo de novo, eis que Alguém nos erguerá, para a vitória.

7. Eu não tenho dúvidas - essas, não! Se o nosso Diretor estiver do nosso lado; se as decisões do Conselho da CBB forem cumpridas por todos os lados envolvidos, nos termos do bom senso e da razoabilidade, da racionalidade, eis que já podemos anunciar, com aquele misto de alegria e tristeza, alegria pela vitória, e tristeza pelos que, inexoravelmente, sentirão o coração dolorido, que conseguiremos, sim, alcançar a meta do Conselho, a Guinness-meta....

8. Uma das partes de que mais me orgulho dos Princípios Batistas, é essa: "a democracia, o governo pela congregação, é forma certa somente à medida que, orientada pelo Espírito Santo, providencia e exige a participação consciente de cada um dos membros nas deliberações do trabalho da igreja. Nem a maioria, nem a minoria, tampouco a unanimidade, reflete necessariamente a vontade divina". Eu creio assim mesmo, igualzinho está escrito. Não sei se isto está certo, se os Princípios Batistas estão certos. Se sim, que bom, estou certo, então. Se não, erro junto, porque creio assim. Não sei o que Deus quer. Nunca sei. Sei que tento acertar. Minha oração, então, é essa: que o que faremos seja da vontade dele. Não sei se é. Mas também sei que ninguém sabe, e, quem mo disser que sabe, dou de ombros. Nem a minoria, nem a maoria, nem a unanimidade. Nem eu, nem você, nem ninguém. O descanso, então, é apenas um: saber que estou, que estamos, absolutamente comprometidos em acertar. Se errarmos, que Deus nos perdoe. E, se acertarmos, não teremos feito mais do que nossa obrigação. E que Deus nos ajude, se ele assim desejar.

9. Davidson, marque para esse mesmo dia, ano que vem, 26 de março, um culto na Capela. Será o culto de comemoração. E seria muito bonito se, naquele dia, não apenas nós, da Colina, todos nós, da Colina, mas todos os batistas do Brasil, todos os batistas da CBB pudessem usar aquela nossa camisa: EU AMO O SEMINÁRIO DO SUL...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica

2 comentários:

  1. Osvaldo,

    Nem estava a contar as horas....estava apenas esperando...

    Nem estava ansiosa....apenas esperando..

    Mas voce adiantou a ' emoção' e a 'preocupação ' das decisões - seus pesos e suas possibilidades, mas sem revelá-las....

    Maldade.....agora estou a contar as horas e preocupada....rsrsrsrs

    Stella jUnia

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  2. Stella, amiga e querida... "Preocupação", se a gente brincar com a palavra, é ocupar-se antecipadamente. No momento, então, estou preocupadíssimo - porque estou trabalhando, hoje e amanhã, para ver como a segunda, a terça, a quarta e todos os ponteiros desse tic-tac podem transcorrer da melhor maneira possível. No seu caso, não há como pré-ocupar-se. Como cristã, talvez sua ocupação possível seja bem mística, nessa hora... Ansiedade é natural... Digamos que fiz como Antoine de Saint-Exupéry brincou de dizer: avisei dia e hora da visita... Agora, a gente fica acordado, esperando a hora do presente na árvore. Como sói acontecer, uns gostam do presente, outros não. Mas todos ficam ansiosos. E depois passa. E, depois que passa, mais à frente começa tudo de novo...

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