1. Há alguns dias que um comentário bastante nervoso foi postado em Coordinatum, "acusando-me", Coordenador Geral Acadêmico, de comemorar a possibilidade do Reconhecimento de Teologia, enquanto "festejava" o fechamento do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Considerei um desabafo, e releveio-o. Seu conteúdo, contudo, não espelha, sob nenhum ângulo, a realidade dos fatos.
2. Sim, comemoro, sim, - e por que não o faria? - a possibilidade real de Reconhecimento de Teologia. Será o máximo para a Colina. Quem não entender que Teologia é o curso fundamental do Seminário, não entende o Seminário (falo do curso, não dos alunos, porque todos os alunos da Colina são fundamentais para a Colina, conquanto o curso de Telogia seja sua razão de existir). Além disso, Teologia vem, por anos, sustentando os demais cursos, um pouco menos o de Música, mais o de Pedagogia. Não fosse o fato de que o curso de Teologia, ainda hoje, se banca, a crise mortal, a falência potencial da Colina teria sido detectada há muito mais tempo. Mas Teologia é um "portento". Não é um terço do que tem potencial para ser, mas no pouco que é, ainda é invejável...
3. No entanto, eu não concebo Teologia senão como Educação. Não sou amigo de doutrinamento normativo. Sou protestante, sobretudo. Digamos que seja rogeriano (Tornar-se Pessoa) - e, enquanto tal, não concebo formação diretiva. Teologia, para mim, é, de um lado, pesquisa crítica e, de outro, educação. Por isso gosto - e muito - dos Princípios Batistas, naquelas partes que são justamente educativas e críticas. Elas estão aí do lado, consignadas e transcritas. São mais Educação do que Teologia - quem não o perceberá?
4. Eu gostaria muito que fosse possível a manutenção, agora, hoje, já, da Pedagogia. Com a unificação das Coordenações, programa estratégico da Colina, harmonizaríamos os três cursos, planejando-os a partir do perfil de egresso da FABAT - um perfil constituído por dimensões pedagógicas, teológicas e musicais. Os cursos se imbricariam num ponto comum, e se especificariam, cada um em sua modalidade, em torno desse núcleo imbricado. A Educação constrangiria a formação teológica e musical, impedidndo que se transformassem em tradição morta e roteiro político de manipulação de gente. Música constrangiria a todos na direção da consciência estética da vida, da dimensão do belo e do sublime. Teologia constragiria a todos na direção do reconhecimento do serviço ao "povo de Deus". Isso seria muito bom.
5. Mas Pedagogia não consegue se pagar. Não paga os professores, não paga os funcionários. Há poucos alunos, poucos demais, muito além de qualquer linha de tolerância. A mensalidade deveria ser de três a quatro vezes maior, para que o curso ao menos parasse de dar prejuízo. E isso é impossível. Ah, sim, se o Brasil batista decidisse sustentar o prejuízo por um ou dois anos, 350.00,00 por ano, até que fosse possível - se fosse possível - levar o curso ao grau de equilíbrio, então seria um cenário a ser trabalhado. Mas não é o caso. Recebemos ordens do Conselho para o fechamanto do curso. Não há, nesse sentido, não aqui, na Colina, não aqui, nesse fórum, a fazer.
6. Que a Coordenação concorde que, do ponto de vista econômico-financeiro, não há como justificar a manutenção do curso, isso nada tem a ver com a percepção que a Coordenação tem de Educação e Pedagogia. Fazer de uma a outra coisa é, no mínimo, falta de percepção lógica, ou má-vontade. Ou as duas...
7. Talvez sobrevivamos. Talvez a Colina fique de pé. Tavez Teologia continue sua centenária história. Talvez Música consiga recuperar seu prestígio. Se isso acontecer, sim, mesmo com o fechamento de Pedagogia, ficaremos muito, muito, muito alegres. Se tudo isso acontecer, nada impede que, amanhã, depois de amanhã, possamos reabrir o curso. Aí, dessa vez, sem cometer o equívoco de começar a construir a torre, sem saber se dá para terminar.
8. Nossa torre, amigos, amigas, professores, professoras, estudantes, nossa torre não tem como ser terminada. Acabaram-se os tijolos... O que não significa, meus amigos, minhas amigas, que não fosse uma linda torre, altaneira e sonhadora, necessária e bela. Era. Mas nosso sonho foi maior do que nossa capacidade de terminá-lo. A revolta, a tristeza, são legítimas. Mas havemos de ser sábios e serenos, para não transformar nosso lamento em pecado.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica
2. Sim, comemoro, sim, - e por que não o faria? - a possibilidade real de Reconhecimento de Teologia. Será o máximo para a Colina. Quem não entender que Teologia é o curso fundamental do Seminário, não entende o Seminário (falo do curso, não dos alunos, porque todos os alunos da Colina são fundamentais para a Colina, conquanto o curso de Telogia seja sua razão de existir). Além disso, Teologia vem, por anos, sustentando os demais cursos, um pouco menos o de Música, mais o de Pedagogia. Não fosse o fato de que o curso de Teologia, ainda hoje, se banca, a crise mortal, a falência potencial da Colina teria sido detectada há muito mais tempo. Mas Teologia é um "portento". Não é um terço do que tem potencial para ser, mas no pouco que é, ainda é invejável...
3. No entanto, eu não concebo Teologia senão como Educação. Não sou amigo de doutrinamento normativo. Sou protestante, sobretudo. Digamos que seja rogeriano (Tornar-se Pessoa) - e, enquanto tal, não concebo formação diretiva. Teologia, para mim, é, de um lado, pesquisa crítica e, de outro, educação. Por isso gosto - e muito - dos Princípios Batistas, naquelas partes que são justamente educativas e críticas. Elas estão aí do lado, consignadas e transcritas. São mais Educação do que Teologia - quem não o perceberá?
4. Eu gostaria muito que fosse possível a manutenção, agora, hoje, já, da Pedagogia. Com a unificação das Coordenações, programa estratégico da Colina, harmonizaríamos os três cursos, planejando-os a partir do perfil de egresso da FABAT - um perfil constituído por dimensões pedagógicas, teológicas e musicais. Os cursos se imbricariam num ponto comum, e se especificariam, cada um em sua modalidade, em torno desse núcleo imbricado. A Educação constrangiria a formação teológica e musical, impedidndo que se transformassem em tradição morta e roteiro político de manipulação de gente. Música constrangiria a todos na direção da consciência estética da vida, da dimensão do belo e do sublime. Teologia constragiria a todos na direção do reconhecimento do serviço ao "povo de Deus". Isso seria muito bom.
5. Mas Pedagogia não consegue se pagar. Não paga os professores, não paga os funcionários. Há poucos alunos, poucos demais, muito além de qualquer linha de tolerância. A mensalidade deveria ser de três a quatro vezes maior, para que o curso ao menos parasse de dar prejuízo. E isso é impossível. Ah, sim, se o Brasil batista decidisse sustentar o prejuízo por um ou dois anos, 350.00,00 por ano, até que fosse possível - se fosse possível - levar o curso ao grau de equilíbrio, então seria um cenário a ser trabalhado. Mas não é o caso. Recebemos ordens do Conselho para o fechamanto do curso. Não há, nesse sentido, não aqui, na Colina, não aqui, nesse fórum, a fazer.
6. Que a Coordenação concorde que, do ponto de vista econômico-financeiro, não há como justificar a manutenção do curso, isso nada tem a ver com a percepção que a Coordenação tem de Educação e Pedagogia. Fazer de uma a outra coisa é, no mínimo, falta de percepção lógica, ou má-vontade. Ou as duas...
7. Talvez sobrevivamos. Talvez a Colina fique de pé. Tavez Teologia continue sua centenária história. Talvez Música consiga recuperar seu prestígio. Se isso acontecer, sim, mesmo com o fechamento de Pedagogia, ficaremos muito, muito, muito alegres. Se tudo isso acontecer, nada impede que, amanhã, depois de amanhã, possamos reabrir o curso. Aí, dessa vez, sem cometer o equívoco de começar a construir a torre, sem saber se dá para terminar.
8. Nossa torre, amigos, amigas, professores, professoras, estudantes, nossa torre não tem como ser terminada. Acabaram-se os tijolos... O que não significa, meus amigos, minhas amigas, que não fosse uma linda torre, altaneira e sonhadora, necessária e bela. Era. Mas nosso sonho foi maior do que nossa capacidade de terminá-lo. A revolta, a tristeza, são legítimas. Mas havemos de ser sábios e serenos, para não transformar nosso lamento em pecado.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica
ACHEI ESSE SEU TRECHO UMA AULA DE PEDAGODIA, POR ISSO O REPITO AQUI.UM DIA ISSOP PODERÁ VOLTAR A SER VERDADE!
ResponderExcluir"Os cursos se imbricariam num ponto comum, e se especificariam, cada um em sua modalidade, em torno desse núcleo imbricado. A Educação constrangiria a formação teológica e musical, impedidndo que se transformassem em tradição morta e roteiro político de manipulação de gente. Música constrangiria a todos na direção da consciência estética da vida, da dimensão do belo e do sublime. Teologia constragiria a todos na direção do reconhecimento do serviço ao "povo de Deus". Isso seria muito bom."